Drones auxiliam na eliminação de focos do Aedes na Regional de Ubá
Drones auxiliam na eliminação de focos do Aedes na Regional de Ubá

Quinze municípios que integram a área de atuação da Gerência Regional de Saúde (GRS) de Ubá, entre os dias 10 e 14/3, foram contemplados com a implementação da primeira etapa de mapeamento de locais de difícil acesso e que podem possibilitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, febre chikungunya, zika vírus e da febre amarela. Até o momento, o mapeamento aéreo com a utilização de drones já contemplou 20 municípios da GRS Ubá. Entre as áreas mapeadas estão lajes; caixas d’água destampadas; topos de morros; depósitos irregulares de lixo e de materiais inservíveis; imóveis fechados ou abandonados.
A iniciativa, que conta com investimento disponibilizado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), está sendo conduzida pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde de Ubá e Região (SIMSAÚDE). Os trabalhos estão sendo realizados pela empresa Aero Engenharia, detentora do produto TechDengue, que realiza o processo completo de controle e combate ao Aedes aegypti com o uso de tecnologia exclusiva e inteligência geográfica.
O coordenador de Vigilância em Saúde da GRS Ubá, Fábio Ribas, ressaltou que o objetivo da SES-MG na utilização dos drones é auxiliar o municípios a identificar e eliminar os potenciais focos de reprodução do mosquito de maneira mais rápida e efetiva, um trabalho que busca a redução da incidência de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti no período do verão, época em que ocorre o aumento de registros de casos.
“Locais como caixas d’água, depósito irregulares de lixo; imóveis fechados e terrenos baldios, que são de difícil acesso, constituem um sério problema enfrentado todos os anos pelos municípios para a eliminação de focos do Aedes, e consequentemente dificulta a redução de casos notificados e confirmados de arboviroses”, disse Fábio Ribas.
O coordenador complementou que esta dificuldade de acesso e eliminação dos focos do mosquito em alguns locais pode acarretar em uma grande quantidade de pessoas acometidas por doenças transmitidas pelo mosquito, além de aumentar a chance da ocorrência de óbitos.
Já fizeram foi realizado o sobrevoo em Divinésia, Guidoval, Muriaé, Ervália, São Francisco do Glória, Presidente Bernardes, Guarani, Miradouro, São Geraldo, Miraí, Visconde do Rio Branco, Tocantins, Tabuleiro, Piraúba, São Sebastião da Vargem Alegre, Rio Pomba, Brás Pires, Silveirânia, Patrocínio do Muriaé, Senador Firmino e Vieiras. Guidoval e Patrocínio do Muriaé fizeram devolutivas e não indicaram local para tratamento com drones.
Estratégia
O mapeamento aéreo de áreas de difícil acesso viabiliza a orientação e direcionamento da atuação das secretarias municipais de saúde nas ações de eliminação de focos. Dados da Aero Engenharia dão conta de que aproximadamente 20% de todos os potenciais criadouros do mosquito estão em locais de difícil acesso, tornando a detecção extremamente difícil para os Agentes de Controle de Endemias (ACEs).
Renato Mafra, diretor operacional da Aero Engenharia, avalia que os dados mapeados e identificados por meio de análises de vídeos e fotografias contribuem para que os municípios possam a ter condições de planejar de forma consistente as ações e os locais onde devem ser concentrados os esforços para a eliminação de focos de proliferação do mosquito.
“Outra ação que é otimizada com o mapeamento é a notificação dos proprietários dos imóveis, sendo mais assertiva e com provas materiais por meio de fotografias e vídeos que comprovam a ocorrência de problemas nos terrenos, lages, imóveis abandonados, por exemplo”, pontuou o diretor.
Para o gestor técnico e médico veterinário da empresa Aero Engenharia, “esta tecnologia veio para mudar o cenário epidemiológico do mosquito, pois visa a eliminação dos reservatórios como medida fundamental para o ciclo completo do mosquito, além de otimizar o trabalho das equipe reduzidas que hoje existe na maioria dos municípios para tantas outras tarefas desenvolvidas pelas equipes de zoonoses nos municípios”.
Na área de atuação da GRS Ubá, somando os municípios anteriormente mapeados (Divinésia, Guidoval, Patrocínio do Muriaé, Senador Firmino e Vieiras), até o momento a cobertura aérea mapeada foi de 186,00 hectares, o equivalente a 18 campos de futebol. Foram encontrados 464 possíveis criadouros do mosquito, uma média de 93 possíveis focos por hectare mapeados.
Ainda de acordo com os dados computados até o momento pela Aero Engenharia, as caixas d’agua destampadas, reservatórios de água ao nível do solo e o lixo são os principais destaques entre os possíveis criadouros do Aedes aegypti.
Os relatórios do mapeamento aéreo direcionam a atuação das equipes de zoonoses aos locais onde realmente existem pontos a serem tratados, otimizando a operação de campo e ampliando a capacidade de cobertura dos profissionais. Além disso, os municípios podem solicitar a aplicação de larvicida (inseticida que elimina as larvas do mosquito) via drones em locais inalcançáveis pelos ACEs, sendo que a Aero Engenharia declara índice de assertividade acima de 95% na dispensação de larvicidas biológicos, preconizados pelo Ministério da Saúde (MS).
“É um esforço conjunto, em que complementamos a prevenção realizada pelas equipes de combate à zoonoses. Se, após a avaliação do mapeamento aéreo, o município identificar locais que impossibilitam o acesso das equipes, voltamos com o drone para aplicar a dosagem correta, de acordo com o tamanho e volume do recipiente, assegurando o balanço adequado entre a eficácia para o controle das larvas, proteção ao meio ambiente e qualidade da água para o consumo humano”, descreveu Renato Mafra.
No mês de março mais 16 municípios que fazem parte do Consórcio SIMSAUDE estão sendo sobrevoados (mais de 500 hectares) e, após esta etapa, ainda oito municípios necessitarão do sobrevoo. A previsão é que esses sobrevoos sejam realizados no mês de abril deste ano.
Cenário
Dados do Painel de Monitoramento de Casos de Arboviroses da SES-MG, no dia 25/3, apontam que, neste ano, foram notificados 6.150 casos prováveis de dengue nos 31 municípios da área de atuação da GRS, dos quais 1.288 foram confirmados e um óbito está em investigação. O painel também indica que, até o momento, foram notificados 854 casos prováveis de febre chikungunya, sendo 243 confirmados para a doença. Acesse o Painel em https://www.saude.mg.gov.br/aedes/painel/.
A Sala de Situação da GRS Ubá realiza o acompanhamento semanal do cenário epidemiológico, e na última segunda-feira (24/3), registrou que, dos 31 municípios da área de atuação, 16 localidades apresentam muito alta ou alta incidência de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti: Antônio Prado de Minas, Divinésia, Guarani, Guiricema, Miradouro, Miraí, Patrocínio do Muriaé, Piraúba, Rio Pomba, Rodeiro, São Francisco do Glória, São Geraldo, Silveirânia, Tabuleiro, Tocantins e Ubá.
Fábio Ribas, coordenador de Vigilância em Saúde da GRS Ubá, explica que, além de reforçar junto aos municípios a intensificação das ações de eliminação de focos do Aedes aegypti, as coordenadorias de Vigilância Epidemiológica e de Saúde da GRS têm realizado visitas técnicas às localidades com alta ou muito alta incidência de transmissão de arboviroses, visando acompanhar de perto o trabalho dos profissionais de saúde.
Atualmente, a GRS Ubá está com quatro municípios – Guarani, Muriaé, Rio Pomba e Tocantins -com aplicação do carro com equipamentos de Ultra Baixo Volume Veicular (UBV), que atua na eliminação de mosquitos adultos do Aedes aegypti.
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